Classificação: L
Autor: Bequi
Autor: Bequi
O telefone toca, ninguém atende. Há três anos que o telefone não toca e quando toca, ninguém atende. O telefone é vermelho, seu contraste com a sala escura é grande, seu barulho ecoa pela casa.
Dona Firmina entra na sala, olha o telefone, não acende a luz. Tinha esquecido o som do aparelho, secava as mãos no vestido e andava arrastando os pés, pés que calçavam uma pantufa velha com meias de pares diferentes. Dona Firmina mal enxergava, mas mesmo assim encarava o telefone. Seu telefone.
Não pensava muito, apenas a curiosidade de saber quem ousara discar seu número. Seria engano? Seria um antigo amigo? Ou seria... ah se fosse! Seu ex-marido. Este que a deixara há anos, poderia estar ligando? Seu coração batia, as mãos começavam a suar frio e o telefone tocava. De repente silêncio. Um silêncio atordoante. Dona Firmina aproximou seu ouvido do aparelho. Nada. Nem mais um toque. Sentou-se na poltrona ao lado do telefone. E se tivesse sido ele? E se estivesse arrependido e a procurado por todos esses anos? Começaram as lembranças. Lembrou-se dos bons tempos e de como foi feliz.
O telefone voltou a tocar. Dona Firmina ia atendê-lo alegre, esperançosa. Lembrou-se da espera. Abaixou a mão que quase levantara o telefone do gancho. Lembrou-se da traição. Lembrou-se das brigas. A raiva subiu-lhe à cabeça. Lembrou-se do tapa e da fuga. O telefone continuou tocando. A cada toque, sua raiva aumentava. O telefone tocou uma quinta vez, Dona Firmina tomou coragem, atendeu:
- Alô? – Disse com as mãos tremendo de raiva.
- Bom dia, Dona Firmina?
- Sim – Falou em tom baixo.
- Aqui é do banco Itaú, gostaria de saber se a senhora não está interessada na nova promoção do cartão...
Desligou o telefone, puxou a tomada do aparelho e foi dormir.
Dona Firmina entra na sala, olha o telefone, não acende a luz. Tinha esquecido o som do aparelho, secava as mãos no vestido e andava arrastando os pés, pés que calçavam uma pantufa velha com meias de pares diferentes. Dona Firmina mal enxergava, mas mesmo assim encarava o telefone. Seu telefone.
Não pensava muito, apenas a curiosidade de saber quem ousara discar seu número. Seria engano? Seria um antigo amigo? Ou seria... ah se fosse! Seu ex-marido. Este que a deixara há anos, poderia estar ligando? Seu coração batia, as mãos começavam a suar frio e o telefone tocava. De repente silêncio. Um silêncio atordoante. Dona Firmina aproximou seu ouvido do aparelho. Nada. Nem mais um toque. Sentou-se na poltrona ao lado do telefone. E se tivesse sido ele? E se estivesse arrependido e a procurado por todos esses anos? Começaram as lembranças. Lembrou-se dos bons tempos e de como foi feliz.
O telefone voltou a tocar. Dona Firmina ia atendê-lo alegre, esperançosa. Lembrou-se da espera. Abaixou a mão que quase levantara o telefone do gancho. Lembrou-se da traição. Lembrou-se das brigas. A raiva subiu-lhe à cabeça. Lembrou-se do tapa e da fuga. O telefone continuou tocando. A cada toque, sua raiva aumentava. O telefone tocou uma quinta vez, Dona Firmina tomou coragem, atendeu:
- Alô? – Disse com as mãos tremendo de raiva.
- Bom dia, Dona Firmina?
- Sim – Falou em tom baixo.
- Aqui é do banco Itaú, gostaria de saber se a senhora não está interessada na nova promoção do cartão...
Desligou o telefone, puxou a tomada do aparelho e foi dormir.
1 Eu acho que...:
queria ter visto esse encenado :(
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Eu acho que...